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PROPAGANDA ENGORDA - Consumo Sustentável III

15.05.2012 - 16:32

Está mais que comprovada a influência da publicidade no consumo exagerado de alimentos com baixo teor de nutrientes principalmente pelo público infantil.É necessário regular os anúncios de tais produtos. Mas quais seriam os limites da propaganda? Mas o que seria uma alimentação sustentável?

Para definí-la temos que considerar critérios ambientais, éticos, sociais e de saúde humana.

A expressão consumo sustentável, aplicada à alimentãção remete para os seguintes critérios que obrigatoriamente respeitem: o meio ambiente, com a finalidade de reduzir o impacto do nosso modo de produção e de consumo alimentar sobre o ambiente; éticos, que permitam sobretudo uma melhor distribuição das riquezas em todas as regiões mediante uma remuneração justa dos produtores; sociais e de acesso a alimentação a preços razoáveis e saúde, pelo consumo de bens que sejam benéficos para o bem-estar da saúde humana.

Mas como convencer uma criança a comer alimentos orgânicos, biológicos, tendo em vista que os produtos relacionados com a alimentação são responsáveis por 20 a 30% dos impactos ambientais?É simples, se desde bem cedo, forem orientados que esses alimentos são amigos do ambiente, da natureza e da saúde dos consumidores.

Que essa escolha é inteligente e moderna pois esses alimentos são provenientes de um modo de produção ecológico, sustentável e socialmente responsável.Que esses alimentos têm níveis mais elevados de vitaminas e de minerais essenciais (como o cálcio, o magnésio, o ferro e o crómio), de hidratos de carbono e de proteínas.

Neles há também mais antioxidantes que, entre outros benefícios para o nosso corpo, ajudam a prevenir o câncer. Além disso, não contêm aditivos alimentares que causam doenças de coração, a osteoporose ou simples dores de cabeça.Não contêm pesticidas sintéticos, herbicidas e fertilizantes químicos, hormônios de crescimento ou antibióticos.

E que mais de 400 destes pesticidas são utilizados de forma rotineira na agricultura convencional causando muitas alergias, asma e outras doenças que invadem nosso quotidiano. E por último, que esses alimentos não admitem a inclusão de transgênicos (os OGMs – organismos geneticamente modificados) na cadeia alimentar. Nos produtos biológicos não há transgénicos.Que criança não vai entender isso?

A influência cultural sobre os efeitos provocados pela publicidade nos padrões de consumo é enorme. E se desde a escola ensinarmos às nossas crianças os impactos da publicidade e da propaganda no consumo de produtos cujos níveis de prejuízo para a saúde são consideráveis, certamente teremos bons resultados. E isso não é uma faculdade nossa e sim obrigação.

Uma obrigação que se inicia no seio familiar e deve ter continuidade no âmbito escolar.Desta forma, é de suma importância começarmos a divulgar mudança de comportamento. Cobrarmos e fiscalizarmos a aplicação pelas instituições educativas, a promoção da educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem cada ente federativo. Assim já dispõe, desde 1999 a lei 9795.

*Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 2010 mostraram que uma em cada três crianças brasileiras de 5 a 9 anos está acima do peso ideal para a idade. O sobrepeso infantil dobrou nos últimos 34 anos, chegando a 33,5% da população dessa faixa etária.O problema da obesidade infantil é muito grave. E não atinge só o Brasil.

Assim como é comprovadamente um problema em todas as classes socio econômicas e em todas as regiões.Nos parece que chegou a hora de uma posição enérgica do Poder Público, das secretarias de educação e ambiental e de todos nós para modificarmos esse quadro caótico.

Quanto a proibição da publicidade de alimentos para crianças sabe-se que é muito difícil esse banimento. Alguns especialistas defendem inclusive a autorregulação, ou seja, leis gerais, não muito específicas, que sejam permanentes e preservem a livre iniciativa e a competição.

Temos o exemplo do estado de Quebec, no Canadá, o primeiro lugar no mundo onde houve banimento da propaganda voltada a crianças. Isso ocorreu há quase 30 anos, e o problema não era alimentos mas o consumo de brinquedos.

A propaganda de alimentos de forma geral está entre as atribuições da Anvisa, assim como a propaganda de medicamentos, mas só existem duas resoluções da Anvisa sobre o tema e ambas suspensas pelo Judiciário, ou seja, a Anvisa, não consegue desenvolver uma política de regulação de propaganda e publicidade, por conta de o modelo estar sendo questionado na justiça.

Com todas essas dificuldades, não podemos desistir. Vamos divulgar e cobrar a aplicação da educação ambiental nas escolas que não só vai influenciar na mudança de hábitos alimentares mas de uma forma geral ajudar na formação de uma responsabilidade sócio-ambiental para toda uma geração. Promover a sustentabilidade, sendo agente de mudança no comportamento das pessoas, da comunidade e até mesmo do planeta.

Esse deve ser um compromisso de todos nós.A revolução não acontece quando a sociedade adota novas tecnologias. Ela acontece quando a sociedade adota novos comportamentos. E transformar práticas e atitudes positivas, um comportamento sustentável, ser agente de mudança, contribuindo para melhorar a vida das pessoas, famílias e comunidades é o nosso propósito.

As instituições de ensino podem contribuir muito, transferindo conhecimento, gerando uma consciência de um comportamento sustentável para toda a comunidade escolar. Para quem está em sala de aula, aprender a prática e os conceitos da sustentabilidade, pode ser a melhor forma de trazê-los para o dia a dia. Mas não esqueçamos que esse processo todo começa por nós, dentro de nossas casas.Veja a Lei Federal da Educacao Ambiental - Lei 9795/99Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999
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